Depois de ‘Orgulho e Preconceito’

Sempre lamento a finitude da obra da escritora Jane Austen. Sou uma “caçadora” de produtos dramatúrgicos ou literários com características semelhantes às de sua obra – romances de época, de preferência ambientados na Inglaterra e, com alguma sorte, com aquela agudeza de análise social embutida nos subtextos – seja em que formato for: séries de TV, filmes, livros…

Sempre posso contar para isso com a BBC, que a cada ano inventa uma forma nova de adaptar alguma obra da escritora e a cada temporada lança outros produtos de épocas de origens e autores diversos.

Sua última investida foi “Death Comes to Pemberley” (A Morte Chegou a Pemberley). Sim, coleguinhas austenmaníacos, trata-se da Pemberley de “Orgulho Preconceito”, propriedade onde nossa heroína predileta, Elisabeth (ex-Bennet, agora mrs. Darcy), foi morar com seu amado após se casarem.

A nova série, dividida em apenas três capítulos, encontra nosso casal em feliz idílio doméstico na mansão inglesa, como pais do pequeno Fitzwilliam Darcy 3º. Georgiana, irmã de Darcy – que era uma adolescente à época de “Orgulho e Preconceito” – é uma jovem casadoira na casa dos 20 anos.

A atual Mrs. Darcy está às voltas com a organização do baile anual realizado para a comunidade, mas um incidente sinistro muda todos os planos.

Um crime ocorre na floresta de Pemberley, do qual o único suspeito passa a ser George Wickham – aquele mesmo que casou-se em circunstâncias escandalosas com a irmã de Elisabeth, a louquinha Lydia, que continua tão fútil e chiliquenta quanto sua mãe.

A chegada do casal indesejável – que vinha para o baile mesmo sem convite – detona uma crise na relação de Elisabeth e Darcy, ao mesmo tempo que a investigação de assassinato envolve todos em uma aura de deconfiança e medo.

O elenco é de respeito. A habitué das séries de época da BBC Anna Maxwell Martin é Elisabeth; Matthew Rhys, que conhecemos primeiro como o filho gay de “Brothers and Sisters”, convence como um legítimo (e viril sim) Mr. Darcy, e o ótimo Matthew Goode (“Match Point”e Ïmagine Eu e Você”) é Wickham.

A história é tão envolvente que dá para perdoar não ter sido escrito por Jane.

Adorei, BBC… de novo!

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